
Enfim, episódios como esses eram constantes e não vale a pena aqui me alongar em detalhar-los, foram muitos. O local onde sua mãe morava tinha um cheiro ruim, o bairro , até hoje, já adulto quando tem que passar por lá, lhe causa um medo inconciente o qual lhe traz uma desagradável sensação. No íntimo JP sabe o motivo de tal desconforto, mas racionaliza e deixa passar. Isso tudo era combinado com outra questão que vale a pena aqui comentar. JP não podia em hipótese alguma comentar isso quando em casa de seus avós, pois os mesmos certamente iriam interpelar sua mãe, a qual no final de semana seguinte estaria lá para leva-lo de volta. Ele temia ser agredido pela mãe e ficava calado. As surras eram também traumatizantes , a fisionomia de sua mãe era algo de assustador quando o espancava por faltas comuns de uma criança de quatro ou cinco anos de idade. Ignorando o mal que fazia ao menino, ela também não se conformava quando JP não queria ver os filmes de terror que ela adorava assistir na televisão. Uma noite dessas, JP cobria a cabeça com um lençol para não ver as cenas amedrontadoras e ela retirava o lençol do menino a força e zombando dele dizia que seus avós o estavam transformando em um maricas. Pela manhâ, talvez devido a noite terrivel, JP defecou no short e sujou o chão do apartamento. Levou uma surra por isso. Bastante significativo o fato de JP estar sempre as voltas com o "defecar nas calças". Isso sempre lhe causava grandes transtornos e constrangimentos durante toda sua infancia. Nada nem ninguém poderia socorrer nosso jovem amiguinho, pois ninguém tinha essa vizão da vida que o menino levava, ao contrário, todos achavam JP um aventurado por ter de tudo na casa de seus avós. Ninguém sabia a verdade do que se passava na mente daquela criança atormentada pelo terror. Penso que seus pesadelos nada mais eram que o reflexo daquilo que ele sentia todo o tempo quando acordado em compania dos adultos que o rodeavam.
Na casa de seus avós ,apesar do conforto, JP não podia desobedecer ou fazer qualquer bagunça típica de uma criança de 4 aninhos, pois era imediatamente ameaçado com a fala:_ Se voce continuar vou te mandar pra casa de sua mãe....." Dessa forma então parece que eles sabiam que ir pra casa da mãe era um castigo, mas nunca fizeram nada para impedir ou amenizar a dor do menino.
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