Época turbulenta para nosso amiguinho JP. Havia uma enorme cobrança por parte da familia. Agora entram em cena, suas 2 tias(irmãs de seu pai), seus respectivos filhos( cada uma tinha um, os dois bem mais velhos que JP) e a saudosa mãe preta. Os dois primos eram o exemplo a seguir segundo imposição dos avós e tias, portan to não havia espaço para notas baixas. Não houve problemas quanto a isso, pois JP era ótimo. Suas notas eram sempre irrepreensíveis.Seu problema, não notado por nenhum adulto da época, era com o relacionamento interpessoal. Jp vivia invejando os colegas mais ricos da escola e apaixonado pelas meninas mais bonitas sem nunca ter coragem de se aproximar delas. No seu modo de ver a coisa, JP avaliava quase todos os outros colegas de escola como distantes de dele. Obviamente isso o colocava numa condição de isolamento dentro de sua mente. Só se sentia parte quando estava com os meninos da rua onde morava e mesmo ali haviam problemas para se relacionar. Ele era o único da turminha que não tinha seus pai e mãe por perto. A palavra "bastardo" lhe foi dirigida pelo pai de um menino após uma das brigas na rua e ao saber o significado de tal palavra JP se reservou ao direito de calar apenas. Mas a palavra e seu significado retumbavam volta e meia em sua cabecinha pré adolescente.
Voltando a escola, ali ocorreram espisódios significativos, tal qual o dia em que JP se fingiu de cego, imitando a personagem de uma novela que passava na época. O outros meninos da sua turma avisaram correndo a professora a qual o interpelou na frente de toda a turma. Sem saida e constrangido, JP disse que preferia que seus avós não soubessem da "doença" que ele era portador para não preocupar os velhinhos. Diante de tal atitude nobre por parte de um menino de seus 8 anos, a professora foi toda elogios para com nosso amigo.
JP sentiu-se aliviado, e aquele episódio passou desapercebido e foi esquecido no tempo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário