segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Orgulho é boa madeira......

Dito é, que orgulho é uma boa madeira para se fazer caixão de defunto. A frase se aplica admiravelmente bem ainda mais quando o assunto em questão são os dependentes químicos (adictos). O nível de seu orgulho fica evidente quando em processo de reabilitação. Digo isso por acreditar que qualquer avaliação do adicto em pleno uso de substância (ou na forma ativa da doença) não seria eficaz, pois transtornado pelo uso, apresenta-se comportamentalmente disfuncional, dessa forma então, não seria o momento ideal para analisar a individualidade desse cidadão.
Chego a pensar por vezes que o orgulho vem matando muito mais adictos do que a própria substância química. A falta de humildade para os devidos pedidos de ajuda é notória. Um exemplo vivo do que digo são , por exemplo, o que chamamos de Auto-Apadrinhamento nos grupos de mútua-ajuda.  Membros antigos, geralmente, são os que mais se auto-apadrinham. Os entregadores de fichas são utilizados apenas para o momento simbólico onde se recebem as fichas comemorativas em aniversários de abstinência.
Entregarem-se realmente à relação de apadrinhamento ou simplesmente aceitar a ajuda oferecida em momentos de aflição, (digo aceitar porque pedir ajuda eles até pedem as vezes) seria admitir a fraqueza e por abaixo toda uma construção de ego, onde o indivíduo se coloca como senhor de verdades absolutas e infaliveis para lidarem com a diversidade de situações que a vida se lhes apresenta constantemente. Os fatos porém , mostram outra realidade. Tais indivíduos são constantemente flagrados por eles mesmos em péssimas condições emocionais e como não o admitem diante daqueles que o ouvem discursar  dentro dos grupos, acabam por isolarem-se e adoecerem progressivamente a medida que as situações vão se avolumando e a falta de habilidade para lidarem sozinhos com elas acaba por lhes agravarem mais e mais a situação.
Frutos de velhos paradigmas. Nossa cultura nos impôs a condição de auto-suficientes. Os sexo masculino principalmente foi o mais afetado, pois aos homens foi delegado o sustento, o patriarcado. As mulheres, em nome de sua recente a arduamente conquistada independencia, são vítimas de um novo paradigma, onde não há espaço para mulheres "dependentes". Por fim, o hábito de ser um seguidor social, nos coloca a merce das verdades que pertencem somente a platéia, nunca aos bastidores. Nos avaliamos constantemente baseados no que os outros nos apresentam externamente. Jamais saberemos a verdade que se passa dentro dos atores e atrizes no grande palco da vida , a menos que se humildem e numa relação genuina de mútua-ajuda, mostrem-se realmente como são.
Alberto.

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