domingo, 9 de janeiro de 2011

Olhos na Madrugada...O Começo de Tudo... Parte 01

Carnaval de 1965, um casal de encanta mutuamente, e na intimidade fazem promessas e planejam um lindo futuro. O clima era de euforia certamente. Ele oriundo de uma familia tradicional de classe média, (na época existia classe média) vivia em relativo conforto. Ela, de certa forma una mulher entre tres irmãos vivia sob o teto de seus austeros pais. Apesar das desconfianças intuitivas por parte da mãe daquela jovem, não teve maneira de se fazer o fim daquela relação. Veio então, logo a seguir do primeiro encontro, a gravidez. Uma tempestade havia de desabar sobre os ombros daquela jovem de 19 anos, pois seu pai notoriamente não estava nem um pouco satisfeito com aquilo. Da pra imaginar, o que aconteceria na vida de uma jovem com apenas 19 anos, naquela época, que viesse a engravidar naquelas condições, digo, engravidar de um homem que acabara de conhecer num final de baile de carnaval. Homem esse que não deixava claro sua origem e a vida que realmente levava. A pressão social da época e talvez porque realmente existisse alguma atração entre os dois, fez com que ambos enfrentassem a situação e formassem uma familia. Pouco mais de um ano veio outro filho, sim, agora eram dois.
Dois meninos e justamente nesse momento, a bomba estoura. O homem , o pai dos dois garotos era casado e já tinha uma filha que a esta altura ja contava 10 primaveras. Sozinha então, abandonada a sorte e apenas contando com seu próprio desempenho, a jovem mãe de dois filhos , um recem nascido e o outro chegando perto dos dois aninhos, se viu tendo que providenciar o sustento dos garotos. Pegou o mais velho e de forma quase ardilosa conseguiu coloca-lo no seio da familia daquele que deveria assumir a função de pai dos meninos enquanto que se virava para manter perto de si o mais novinho, contanto com o apoio de algumas amigas as quais se prestavam a ficar com o bebe enquanto ela saia para trabalhar em casas noturnas, restaurantes, hospitais, enfim , ela trabalhava onde havia chance. Jamais escolheu porque sabia que, sem o estudo adequado suas chances eram pequenas e lhe cabia somente então os empregos delegados a classe operária. Manteve-se honrada, mesmo que a sociedade a discriminasse pelas vezes que tinha que trabalhar em boates por exemplo.
E assim deu-se o inicio da trajetória de um homem. Nos foquemos aqui mais no menino que foi para a casa dos avós.

Teoricamente, nosso amiguinho, o qual chamaremos de JP, levaria uma vida bem mais tranquila e segura sob a guarda dos avós paternos, pois os mesmos tinham condições de prover JP de tudo o que ele necessitasse para crescer saudável, instruido e bem relacionado socialmente, enquanto que o mesmo não se esperava do irmão mais novo, o qual vivia como um barco a deriva indo de um ponto ao outro de acordo com as andanças de sua mãe em busca de trabalho.

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