domingo, 9 de janeiro de 2011

Olhos na Madrugada...JP Na Infância Parte 02

JP era um menino aparentemente normal , um pouco preso pelos avós, mimado até. Sua primeira escolinha foi aos cinco aninhos. Até os sete JP se via trancado dentro de casa, pois seus avós não o deixavam brincar na rua com os outros meninos de sua idade os quais viviam alegremente correndo nos piques esconde da vida durante o dia até a noitinha onde se recolhiam para seus lares. Rotina essa que JP assistia da janela, triste por não poder estar ali, porém submisso encontrava uma forma de se distrair com seus bonequinhos dentro de casa.

Foi uma alegria inesquecivel quando sua avó permitiu que ele fosse na rua brincar, mesmo que por meia hora apenas e sob os olhos atentos de uma babá. Jp foi soltar pipa com a ajuda de um jovem mais velho, escolhido por seus avós para tomar conta junto a babá. Que dia maravilhoso áquele! JP jamais esqueceria aquele momento.
O tempo foi passando e JP já conseguia burlar o controle de seus avós ficando cada dia mais solto na rua a brincar com a molecada. Era pique bandeira, pique esconte, policia e ladrão, carniçã, futebol e obviamente haviam os dias das brigas. Disputas por liderança entre os garotos daquela idade são normais. Brigavam, se socavam, mas logo estavam nos piques novamente. Havia um detalhe que vale a pena tocar aqui. Nessas brigas, JP raramente se dava bem. Comum era apanhar de garotos ate fisicamente menores que ele. Normalmente entrava em casa chorando após apanhar na rua, levava uma bronca da avó por ter brigado ( ela nunca se importou pelo fato do menino ter acabado de apanhar mais uma vez) e se encaminhava direto para o banheiro para se lavar. Dentro da banheira(havia isso nas casas da época) JP entrava e ficava ali, dentro d'agua corroendo todo o ódio pelo adversário do dia que acabara de dar-lhe uma surra. Sentia muita vergonha por apanhar daquele jeito, e sempre. Ficava com ódio porque sabia que havia sido eleito o saco de pancadas e como tal, apanhava sem motivo algum, somente por ser o frouxo da garotada. Mas isso passava logo. Jp voltava pra rua e brincava como todo o moleque gostava de fazer na época. Muita correria, espírito de aventura, enfim, algo que os videos games e computadores hoje em dia deixaram para trás.

Na escola dos sete aos dez anos JP entrou em contato com outra realidade.....

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