sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Reabilitação e Motivação

A reabilitação de um dependente químico dependerá muito da sua própria motivação. Fato é que nenhum dependente químico irá começar um processo de reabilitação ou sequer pensar no assunto enquanto não tiver um bom motivo para tal. Infelismente ainda não conheci em 20 anos de trajetótia um dependente químico que entrasse em recuperação buscando melhorar sua qualidade de vida mesmo se sentindo muito bem com a vida que levava. Ao contrário porém, somente quando o cidadão(ã) reconhece o estrago que fez com a propria vida, é que o mesmo busca socorro. Dizemos então que de regra geral, um dependente químico somente entra em recuperação motivado por algo ruim que esta acontecendo em sua vida ou está bem próximo  de acontecer.
Acostumou-se chamar tal momento de fundo de poço. Não se iludam os leitores pensando ser o fundo de poço a imagem do mendigo deitado debaixo de uma ponte. Muitos moradores de rua sequer usam drogas e muitos dependentes químicos em estado avançado  da doença ainda habitam suas coberturas de luxo. O quer seria de fato então esse "fundo de poço"? Poderiamos dizer que : 1- Uma dor intima, pessoal, a qual jamais deverá ser comparada com essa ou aquela dor de outrem. 2- Uma dor que poderá ser provocada extratégicamente sob orientação especializada(intervenção) 3- Uma dor que inevitavelmente acontecerá diante o fato inquestionavel de ser a dependencia quimica uma doença"progressiva".
Uma dor que por mais que lhe pareça(ao leitor) suficiente para deixar qualquer ser humano desesperado, ao dependente químico por vezes não será sequer percebida. Dessa forma então não existe garantia plena de se atingir um objetivo no intuito de levar o doente ao tratamento.
Felismente, as estatistíscas nos mostram que um trabalho bem orientado de intervenção geralmente é eficaz, os indivíduos alvos acabam por ceder e se submeterem a um tratamento adequado sem que seja necessário as horripilantes internações a revelia.  Para aqueles poucos que nao aceitarem o tratamento mesmo diante de tal intervenção, fica então o consolo de conseguir-mos otimos resultados com seus familiares, pois os mesmos estarão orientados e amenizam vizivelmente a dor de ver seus entes queridos se afundando a cada dia, pouco a pouco, progressivamente.
Válido dizer aqui, que o trabalho de intervenção garante apenas o encaminhamento digamos "suave" do dependente químico ao início de um processo de reabilitação e em hipótese alguma garante a reablitação contínua do mesmo. Continuar em recuperação já esta incluido em outra fase do trabalho.
Nesta nova fase, também deveria ser trabalhada uma nova fonte de motivação no indivíduo, pois tal qual seus familiares, por vezes ele acredita que o fato de ter ser internado ou ter aceitado um tratamento  que seja ambulatorial por um  período de tempo já seria suficiente. leigo engano, pois a dependencia química é doença incuravel (O.M.S - Organização Mundial de Saúde) . Faço uma pausa para alertar aos religiosos que venham a ler essas linhas e lembro que mesmo a adultera descrita em narrativas biblicas , foi alertada ao final que deveria seguir adiante, mas que não "pecasse" mais.  Da mesma forma é dito aos adictos(dependentes quimicos) em recuperação, _Não usem mais....
Temos então um fato constatado, o qual nos mostra claramente a necessidade de manutenção constante durante todo o processo contínuo de reabilitação. Uma vez iniciado, não se para mais sob pena de ter de volta toda a sorte de miséria que um dia deixaram para tras. Os grupos de mútua ajuda estarão a disposição gratuitamente para tal matunenção contínua.
O que a princípio pode parecer uma condenação enfadonha, na verdade é um convite a eterna evolução do ser. Pergunto então a todos que por ventura estarão lendo essas linhas: _Seria sensato alguém rejeitar um convite para se tornar um ser humano melhor a cada dia? Pensem nisso e tomem suas decisões.
Alberto.

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